terça-feira, 26 de maio de 2009

Filosofia da Educação

Lendo o texto “Educação após Auschwitz” de Theodor W. Adorno, e pensando sobre a relação entre educação, civilização e barbárie, fica claro que não podemos relacionar a barbárie somente com a falta de educação.
De acordo com algumas descrições da rígida divisão do trabalho e a extrema organização de Auschwitz, a "indústria da morte” contava com o conhecimento de
geniais arquitetos, administradores, antropólogos, médicos, químicos, biólogos, enfim, parte do conhecimento e da tecnologia mais avançada a serviço da destruição de seres humanos.
Posso argumentar que a barbárie pode ser um beneficio político ou econômico para seus autores. E diante dos acontecimentos em Auschwitz, podemos perceber do que o ser humano é capaz quando se encontra num estado de frieza.
Para Adorno, como a barbárie continua em curso, o desafio racional da nossa existência é construir a antítese na sociedade, de tal forma que seja possível à história produzir uma síntese mais humana do que a que temos consciência, para que genocídios como os de Auschwitz não se repitam jamais.
De acordo com o texto, fica claro perceber que poderá haver uma relação entre educação, civilização e barbárie. Bem ou mal essa relação dependerá do estado de consciência do ser humano. E a educação deve ser contra a barbárie.

A educação só teria pleno sentido como educação para a auto-reflexão crítica. Dado todavia que, como mostra a psicologia profunda, os caracteres em geral, mesmo os que no decorrer da existência chegam a perpetrar os crimes, já se formam na primeira infância, uma educação que queira evitar a reincidência haverá de concentrar-se na primeira infância. (pág. 2)

Nós educadores temos a responsabilidade social de educar para o bem, no sentido da auto-reflexão crítica. Podemos seguir um caminho que nos leve para a libertação, com dignidade, respeitando o outro, num todo em comum.
Buscando conhecer a si próprio, sendo capaz de amar a si para conquistar a dignidade de ser amado. Essas ações dependem da necessidade ou motivação vivida no momento, por isso toda a
política educacional, no contexto em que a civilização (comunidade) estiver inserida deve centralizar-se na necessidade de evitar a repetição das barbáries praticadas em Auschwitz.
Somo capazes de superar a barbárie com autonomia, e isso é decisivo para a sobrevivência da humanidade, devemos agir de forma solidária, educando, refletindo, ensinando ao nossos alunos o valor da vontade, da determinação, do espírito de força e união.


Se falo da educação após Auschwitz, tenho em mente dois aspectos: primeiro, a educação infantil, sobretudo na primeira infância; depois, o esclarecimento geral, criando um clima espiritual, cultural e social que não dê margem a uma repetição; um clima, portanto, em que os motivos que levaram ao horror se tornem conscientes, na medida do possível. (pág. 2)

Entenda o Holocausto de Auschwitz
http://www.youtube.com/watch?v=EV_I5VGu0Js

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